sexta-feira, 31 de maio de 2013
quinta-feira, 30 de maio de 2013
quarta-feira, 29 de maio de 2013
Fim dos tempos
Observo a minha sala de aula, uma turma de 6.º Ano, e chego a uma conclusão estarrecedora: é quase impossível
fazer algo por eles.
Não importa o que eu tente, incentive ou elabore nas
aulas. Não há estrutura mínima para que os alunos aprendam algo palpável; não
há material; espaço físico adequado, etc.
Olho outra vez o livro de Matemática, estou no 2º bimestre. O conteúdo está
atrasado. Severamente atrasado. Volto aos alunos e lamento muito por não ter
mais tempo, não ter mais recursos, e saber que o futuro lhes reservará pouco. Verdadeiramente muito pouco.
Numa situação ideal eu teria uma lotação máxima de 20 alunos. Uma sala de
aula ambiente, talvez, e material didático adequado. Equipamentos eletrônicos,
computadores, software, materiais para geometria, jogos, etc.
Que nada.
Mas o que faz falta mesmo é outra coisa: tempo! Como eu queria tê-lo em
abundância para pesquisar novas opções de aulas, estratégias para diagnosticar
as inúmeras defasagens de aprendizado, etc., etc., etc.
Dizem que o bom profissional se vira com o que tem. Mas é bobagem. Sinto
que estou lhe dando com vidas humanas, e com o futuro de cada uma delas. Se
falho, eles provavelmente falharão. Se ignoro, eles provavelmente serão ignorados.
É preciso ser estúpido para não sofrer em meio a tanto caos.
É preciso ser estúpido para não sofrer em meio a tanto caos.
terça-feira, 28 de maio de 2013
R.P.M.
É curioso como o brasileiro, em regra geral, diz que a
educação de seus filhos é importante. Não é verdade.
Ninguém considera a
educação e a boa formação uma prioridade. Basta observar as reuniões de Pais e Mestres; o comparecimento é pífio – para não dizer ridículo.
Após alguns anos atuando como professor, e responsável pelas
Reuniões de Pais, vi com muita clareza a discrepância entre o que se diz e o
que se faz. O céu e o inferno têm mais
em comum.
Apenas nessa última semana recebi 4 mães, de 4 alunos
extremamente indisciplinados, para tratar de problemas e ocorrências das mais graves. De ambas ouvi alegações muito semelhantes: que
trabalhavam muito, não tinham tempo, nada podiam fazer sobre o comportamento dos
filhos, etc. Ou seja, faça o melhor que puder, porque eu não vou.
Essas mães foram convocadas junto com outras 20. As demais
não vieram. E assim é desde sempre. Professores com décadas de carreira
reiteram que o fato é regra e não exceção. Fico triste, me queixo e ouço
gracejo dos colegas. Deveria me acostumar, eles dizem, porque será o mesmo até
o fim dos tempos. Mas não pode ser. Não deveria ser.
Vejo numa entrevista mães que não conseguem vagas para os
filhos em creches, aos gritos, reclamando que “educação é importante”, que eles “têm
direito” etc.
Demagogia é pouco. Há somente caos.
Demagogia é pouco. Há somente caos.
segunda-feira, 27 de maio de 2013
domingo, 26 de maio de 2013
sábado, 25 de maio de 2013
sexta-feira, 24 de maio de 2013
Caos Total 2
O estado deteriorado das escolas públicas me choca dia após
dia. Será que ninguém vê?
Tenho uma ideia inovadora: todos os ocupantes de cargos
públicos (os eletivos, claro) deveriam ser obrigados a utilizarem apenas os
serviços públicos de saúde, educação e transporte coletivo.
Funcionaria assim: um vereador, por exemplo, que represente
determinado bairro ou região, apenas poderia se utilizar (bem como sua família)
de escolas públicas, postos de saúde e ônibus/trem para ir ao trabalho.
Num mês tudo estaria diferente. Aposto.
Parece-me estranho que vereadores, deputados estaduais e
federais usem jatinhos particulares, carros exclusivos com motoristas contratados,
médicos e hospitais de 1º mundo (pagos por nós) enquanto os cidadãos comuns são
submetidos ao caos e a desordem. Esta errado. Óbvio.
Como professor também da rede pública, sinto-me constrangido em dar
aulas em salas nas condições em que trabalho. Nenhum bom resultado virá de ambientes assim. Em qualquer outra
profissão, eu receberia adicional por insalubridade.
Expectativa. Caos.
Expectativa. Caos.
quinta-feira, 23 de maio de 2013
Independência
Meu sonho:
Que a história seja contada não apenas sob a ótica do vencedor, do conquistador, do opressor. Não seria interessante saber a visão dos índios, por exemplo, quando da chegada dos Português na costa brasileira?
Esse é o momento em que muitos dos meus alunos respondem:
- Nããããããããããããão...!
Para a maioria (sim, a maioria) o conhecimento é inócuo.
Segue o caos à galopes.
quarta-feira, 22 de maio de 2013
(des)Ânimo
Quarta feira:
- E agora, queridos alunos, fizeram a lição de casa:
Outra resposta dos alunos:
(Para mim é o bastante...)
terça-feira, 21 de maio de 2013
segunda-feira, 20 de maio de 2013
domingo, 19 de maio de 2013
sábado, 18 de maio de 2013
sexta-feira, 17 de maio de 2013
Caos total
É incrível o quanto uma sala de 5ª série pode se parecer com
a nossa Sociedade: barulhenta, egoísta e desorganizada.
Entro na sala para a primeira aula. É sempre a pior de todas (antes da última). Peço a sala que se organize em todas as aulas (trabalho
somente com grupos distintos), repito TODAS AS AULAS e isso fico bem claro.
Apenas isso. O resto é caos.
Os alunos arrastam cadeiras e mesas, provocam
empurra-empurra. Os menores sofrem, os maiores xingam (sim, eles xingam muito)
e lá se vão 10 minutos preciosos. O mesmo se perde ao final, quando preciso
entregar a sala “organizada” ao próximo professor. Caos total.
Se fizessem estudos antropológicos observando as salas de
aulas de 5ª séries, provavelmente compreenderíamos melhor a nossa sociedade.
Ela é raivosa porque alunos de 10 anos são raivosos. O será o inverso? Não,
nisso eu não creio.
Explico o objetivo daquele dia. Repito as regras de silêncio
e colaboração. Nada de banheiro e água, por enquanto. Sinto que sou ouvido por
poucos. Logo tudo são gritaria e confusão, ninguém se entende. Quando então
alguém vem me pedir, não tão delicadamente, se pode usar banheiro. Eu permito.
Fazer o que.
O caos social esta aqui. Será que ninguém vê isso?
O caos social esta aqui. Será que ninguém vê isso?
Volta às aulas
Chego à escola no primeiro dia de aula. Tudo me parece
novamente um caos. Cinco anos em 5 escolas diferentes. Não tem amizade que
resista a tantas mudanças. Queria seguir lecionando na última escola onde trabalhei
no último ano, tocar os projetos com os antigos alunos (agora eles são antigos),
e visualizar os efeitos do que tentei plantar. Será que teria frutos? Agora não
sei. No fundo, nada disso importa mais.
Me apresento. Cumprimento futuros colegas. Acho a escola
feia. Tudo depredado e sujo. A primeira
impressão de repente vai se tornando a impressão de sempre. Que chato. Eu sou
muito chato e detesto conhecer novas pessoas. Penso que escolhi a profissão
errada. Eu penso nisso exatamente no momento em que cumprimento as pessoas. Não
quero conhece-las, mas é como se eu fosse obrigado isso. Logo serão meus colegas
de rotina, talvez um e outro sejam meus novos amigos. Amigos que desperdiçarei
e deixarei para trás em 1 ano. Triste.
As férias terminaram, professores e alunos se reencontram. Professores
e a alunos se conhecem, se estranham. Todos parecem tão esquisitos, tão sem graça.
Preferia os alunos antigos. Os alunos novos me olham, sei que eles preferiam os
professores antigos também.
Escrevo na lousa, aguardo o silêncio. Ponho meu nome, data e
disciplina. A maioria torce o nariz. Todo ano é igual. Todo ano me mudam de
escola, e todo ano penso em deixar a profissão. Será de propósito que o Estado
faça isso? Teorias da conspiração me cansam.
Os alunos silenciam. Dou boa tarde. Todos respondem
uníssonos, chegam a gritar. Dou um sorriso discreto, conheço aquele ruído. Adoro
5ª séries.
Vai começar tudo de novo. O caos.
Vai começar tudo de novo. O caos.
domingo, 12 de maio de 2013
sábado, 11 de maio de 2013
domingo, 5 de maio de 2013
sábado, 4 de maio de 2013
sexta-feira, 3 de maio de 2013
quinta-feira, 2 de maio de 2013
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