quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Enem 2013

Da série: "Vestibulares que não fazemos por aí".

(Parte 4: O pós prova):




(Você com certeza nunca mais vai esquecer dele)


             O mais curioso (ou não) é a "ressaca" pós prova. E, como em toda ressaca, sobram arrependimentos e faltam respostas.
             O meu papel (o de chato) é revisar cada questão novamente e repercutir todas as alternativas. Afinal, não há nada na prova que já não tenha sido estudado, exercitado, etc.
             É isso. Caos anual, em dois dias de provas, com quatro horas de duração mínima.






quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Enem 2013

Da série: "Vestibulares que não fazemos por aí".

(Parte 3: O pós prova):


Ou não.


             Estudante é tudo igual, muda apenas de escola, idade e sexo: 
             - Professor, eu quase acertei a questão!
             - Não, você errou a questão.
             - Mas eu cheguei perto!
             - Não, você errou a questão...
             - Eu sabia a resposta, só errei a alternativa. Entendeu?
             - Não. Você errou a questão, é estupido e vive de ilusões. Entendeu?

             É assim. É caos pós Enem.







terça-feira, 29 de outubro de 2013

Enem 2013

Da série: "Vestibulares que não fazemos por aí".

(Parte 2: Candidatos):

Ou não.


            Qual seria a melhor forma de admitir estudantes nas universidades? Gosto de debater com os alunos essas (e muitas outras) questões acerca do assunto.
            Uma coisa é certa: o sistema atual não é perfeito (nenhum será jamais) e não significa que os "melhores" candidatos sejam de fato os escolhidos.
            E aqui faço uma crítica (e uma auto crítica) às escolas e colégios, públicos e particulares: os alunos são tratados com isonomia (igualdade) e são colocados quase que completamente num mesmo nível, num nível burro e comum, que os fazem pensar por anos que todos têm as mesmas chances. E isto, para ser honesto, é um erro brutal
             Basta ver que em todas as provas externas de seleção ninguém é tratado como igual, nunca, e (ao contrário) há um processo de seleção rígido, rigoroso e extenuante. A única igualdade que existe é a liberdade de acesso e de oportunidades; toda e qualquer pessoa tem a chance que candidatar-se. E só. Pois apenas a ínfima minoria passará pelo crivo dos testes mais difíceis. Somente aqueles que tiverem a melhor e mais profunda preparação...
             
             Falo com os alunos, constantemente, acerca da não igualdade que há entre eles. Repito e repito: eles não são iguais, não têm as mesmas qualidades e capacidades, não possuem as mesmas potencialidades, e não serão tratados com igualdade no mundo lá fora
             Nenhum selecionador do RH de uma empresa, por exemplo, escolherá um currículo pela simpatia ou porque um candidato é "esforçado". Ser esforçado é pouco! É nada! 
             Contudo, penso que um menino ou uma menina pode ser "treinado" na escola desde cedo a ser médico, dentista ou advogado (por exemplo) desde muito cedo, desde a pré escola (ou antes). 
            Alunos com extrema capacidade de leitura e interpretação de texto, por exemplo, terão maior facilidade em determinadas profissões, e podem ser estimulados desde sempre (devem, na verdade) nessa mesma direção. Outros alunos que têm maiores facilidades com cálculos, ou com biológicas, seriam encaminhados à essas profissões
            Entretanto, o que fazemos? Entulhamos a todos numa única sala de aula, ensinamo-lhes uma infinidade de conteúdos complexos e distantes da nossa realidade (e a maioria desnecessários) e fingimos assim que todos aprendem. E cobramo-los em exames e vestibulares que decorem isso e aquilo. Mas, todavia, como se faz um bom Engenheiro? E um bom Professor? Como se forma ou se molda um profissional de primeira qualidade? Um profissional feliz?
            Com certeza, a resposta não esta em nenhum desses testes e exames. Talvez esteja no caos. Ou no futuro, onde as respostas estão.











segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Enem 2013

Da série: "Vestibulares que não fazemos por aí".

(Parte 1: Sete milhões de inscritos. E?):

Ou não.


          O Enem tornou-se mais um evento importante na vida dos estudantes brasileiros. Vejo e revejo essa mesma história todos os anos: mentes aflitas, revisão em cima de revisão, e o caos ameaçando a todos. Mas isso, sejamos sinceros, ocorre com a minoria.
          A maioria dos estudantes de Ensino Médio pouco liga para o Enem. Se isso não fosse verdade, eu teria (por exemplo) uma média um pouco melhor que os 18% de inscrições realizadas dentre os alunos que leciono. Todo o resto não se importou sequer em inscrever-se (mesmo nos casos em que a taxa era gratuita).
          O número estrondoso de 7 milhões de inscritos reflete (e corrobora) algo que venho dizendo aqui há algum tempo: a maioria dos jovens e adultos que realmente busca algo, uma profissão ou educação qualificada, o faz por necessidade e por um amadurecimento posterior. Coisa que somente a idade é capaz de trazer. 
          Isto é, ninguém é capaz verdadeiramente de encontrar o início do seu caminho profissional aos 17 anos de idade.
          Vejo esses jovens decorando fórmulas (sem compreendê-las completamente) e buscando "macetes" para acertar o maior número de questões possíveis. E isso é o Enem. E esse é o nosso processo de admissão de jovens estudantes às universidades de todo o país. 
          Mas será o jeito melhor? Será o jeito menos pior? 
          Uma coisa é certa: nenhum desses candidatos busca o conhecimento qualificado (ao menos a maioria) e sim uma forma rápida de conseguir um diploma importante. Apenas isso. Apenas caos.









domingo, 27 de outubro de 2013

Não é brincadeira! (parte 61)


            Da série "escola não é brincadeira":



É o que eu também penso!

sábado, 26 de outubro de 2013

Não é brincadeira! (parte 60)


            Da série "escola não é brincadeira":



Obrigado por nada, querido caos.








sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Inclusão

Somos realmente capazes de cuidar de crianças especiais?




           A escola prima por incluir alunos com algum tipo de deficiência (os dito alunos especiais, com necessidades especiais), contudo, nenhum de nós professores tivemos ou temos qualquer preparação para lhe dar com esse tipo de situação. Tenho alunos nessa situação que, eventualmente, tomam atitudes mais agressivas com os colegas e, nesse instante, pergunto-me qual seria a reação correta. A resposta, claro, é que eu não sei o que fazer.
           Não basta salas superlotadas. Não basta a absoluta falta de estrutura. Nem a falta de uma mísera máquina de xerox. Nada disso é precariedade suficiente. É preciso ainda que haja dificuldades maiores, complexas e adversas. Sinto-me impotente para lhe dar com os alunos regulares (sem nenhum tipo de necessidade especial) com desinteresse extremo de sempre, o caos quotidiano, etc. Pior ainda é ter que retribuir às expectativas de pais e mães acerca de filhos com capacidade limitada, com necessidades diferenciadas e uma ansiedade acima do aceitável.
          Seja lá como for, o resultado de tudo isso não será nada bom. O caos, olhando-nos à espreita, espera que prossigamos assim: piorando tudo e contribuindo para a anormalidade.






quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Calor

       Quente, muito quente.



              Em dias muito quentes como esses é impossível raciocinar com exatidão. Pior ainda se a escola não tiver ventiladores, janelas adequadas para uma ventilação mínima e telhas de amianto sobre nossas cabeças. Fervendo a 50º C ou mais.
         Juro, realmente cansado de tudo isso. Do caos, de uma estrutura falha, e de um Sistema que insiste em nos boicotar.








quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Erro

Tudo esta um erro só.



              Tenho alunos que vão passar de ano. Na verdade, todos os alunos irão passar de ano. E isso ocorrerá não por uma competência espetacular, resultado de estudos e dedicação, mas sim por uma regra burra e surda. Uma regra que não ouve os gritos aflitos de todos nós professores e professoras, de pais e mães que se importam com a educação e o futuro de crianças e jovens estudantes.
               É simples assim de explicar: tenho muitos alunos que tiraram nota zero o ano inteiro, alunos completamente ANALFABETOS e que depredam a escola. Alunos que picham, sujam e agridem outros alunos e até mesmo alguns professores. E esses alunos serão automaticamente aprovados, todos eles (sem nenhuma exceção).
              Sinto-me patético em dizer, mas tudo isso é caos. Não encontro outra palavra.
              Os especialistas e inventores dessa Progressão Automática cometeram um grande erro. Não faziam ideia do que se passa nas escolas localizadas no extremo da periferia. Lá, o contexto é outro. Bem diferente de qualquer realidade plausível às suas teorias e deduções.
              É isso. Simples assim. Dos quase 200 alunos que tenho nas 5.ª séries, em escola pública, 100% deles serão aprovados ainda mesmo que uma quantidade imensa destes não saibam sequer escrever o próprio nome corretamente, ler e escrever um texto ou calcular o básico que se espera. 
             Então eu pergunto: aonde esses jovens estarão trabalhando daqui há 10 anos? A quem estarão servindo (ou não), e do quê estarão dependendo para sobreviver? Resposta: caos.






terça-feira, 22 de outubro de 2013

Frase


Da série "frases que não entendemos bem"








A subjetividade não é inata do ser humano.
















segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Aula particular

Professor particular2Como assim??




            Eu leciono para um número imenso de alunos. Eu ouço todos os dias sobre suas dificuldades (pretensa dificuldade, aliás, pois vejo muito pouca prática e tentativa). E eu recebo pedidos diversos para dar aulas particulares a esses mesmos alunos. Mas como isso é possível? Como isso seria possível?
           Se os alunos estudassem um pouco mais, dedicassem-se um pouco mais (algo além do mínimo, claro) tudo ficaria mais fácil. Entretanto, a gigantesca maioria não estuda de verdade. Não se dedica e, contudo, limita-se aos 20% do básico (e olhe lá). Então seria correto cobrar-lhes por aulas particulares? Seria ético ensinar-lhes na escola e, após algumas horas daquele mesmo dia, ensinar-lhe novamente o mesmo conteúdo duas vezes?
        Em via de regra sempre recuso as solicitações de aulas particulares de estudantes que já são meus alunos. Acho mesmo esquisito aceitar. E esquivo-me com justificativas quaisquer.  Mas sempre sou questionado a respeito e, indeciso, ainda assim não consigo me fazer claro: não acredito ser correto cobrar duas vezes para dar a mesma aula, às vezes no mesmo dia, do mesmo assunto e ao mesmo aluno. Se este tiver dúvidas, questionamentos ou quaisquer dificuldades, que as esclareça em minhas aulas regulares, dentro da escola, e que resolvamos juntos todas as possíveis pendências.  
        Mas o que ocorre é justamente o contrário: alunos dedicam-se muito pouco no horário regular das aulas e, como uma desculpa dos pais, recorrem às aulas de reforço como se apenas isso fosse resolver. Acho mesmo esquisito essa coisa toda. Tô fora. Tô no caos.








domingo, 20 de outubro de 2013

Não é brincadeira! (parte 59)


            Da série "escola não é brincadeira":






Meio sem graça mas é o que tem pra hoje.



sábado, 19 de outubro de 2013

Não é brincadeira! (parte 58)


            Da série "escola não é brincadeira":









Meus alunos são também muito solidários.








sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Assim mesmo









Estudando para a prova dos professores do Estado de São Paulo.
Sem tempo para o caos.









quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Liberdade?

A liberdade de expressão de fato existe?




             Somos de fato livres? Temos o direito de dizer realmente o que pensamos?
              Se um professor confessa sua fé, e se diz evangélico, muçulmano ou budista, todos parecem preparados para compreender e "aceitar" essa condição. Uma parte até comunga das mesmas crenças, inclusive. Contudo, o que ocorre se o mesmo diz que é Ateu?
              Sei que parece bobagem, mas é sempre bom explicar novamente: ateus não acreditam em quaisquer divindades, nem em anjos, nem em santos ou messias. Muito menos em diabo, demônios e espíritos malignos (nem nos benignos). Traduzindo: ateus não acreditam em absolutamente nenhuma entidade misteriosa, oculta e invisível, bem como em nenhum deus, semi deus ou "entidades" sobrenaturais de maneira geral.
             E no que estes acreditam? Em todo o resto! 
             No amor, na paz, na amizade sincera e na harmonia entre os Homens de bem! Na comunhão de ideias, de ideologias, crenças e no charme que há entre as diferenças!
             Contudo, há quem ainda não aceite isso, mas é compreensível que assim seja. 
             Ser ateu é ser livre! É fazer o bem pelo BEM, por que essa é a coisa certa e não por uma recompensa celestial. É viver intensamente como se não houvesse amanhã, por que se você parar pra pensar, na verdade não há.
             Todavia, há uma ignorância (proposital, ao meu ver) acerca do que é ateísmo. Mais ainda: uma radicalização estúpida e inexplicável de pessoas que não admitem a não crença. Que se indignam por nada.
             Para estes, apenas uma palavra: caos.






  

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Graciliano

Para quem pensa um pouco...



            Quando eu estudava o ensino fundamental, ouvia os colegas do ensino médio reclamando dos livros para o vestibular, os clássicos da literatura brasileira como "Memórias póstumas de Brás Cubas" (Machado de Assis) entre muitos outros que representavam o terror das provas eliminatórias das grandes universidades. Hoje, vejo alunos escrevendo cada vez pior. E o que me choca é que a maioria não se importa; eles estão pouco lingado para o fato.
            Ler Brás Cubas ainda hoje é uma tarefa e tanto, contudo, hoje compreendo melhor a sua importância.  
           Gostaria de haver compreendido antes, quando tinha mais tempo e a visão era melhor. 
          O que fazer - penso eu - então, para seduzir uma geração inteira acerca da importância dessas obras? É difícil a missão, por exemplo, dos professores de língua portuguesa e literatura (não gostaria de estar na pele deles).
            Há tempos tomei "Vidas Secas" como um desafio pessoal. É uma obra fantástica. Contudo, concordo, é preciso uma paciência e repertório linguístico imenso. Em determinadas expressões e passagens o dicionário não nos socorre com eficiência. Em outras, ainda mais complexas, nem mesmo o Google nos serve (para ser razoável). Mas só as interrupções para a consulta já desanimam por completo, página após página, "cortando" o prazer e a sequencia da leitura (bem como a compreensão).
             Sou totalmente a favor, por exemplo, da atualização de determinadas obras para a nossa linguagem contemporânea. Uma atualização de ao menos 50 em 50 anos. Nada muito sofisticado ou que modifique o núcleo central da enredo, mas que nos permitam compreender melhor cada estória com palavras e referencias mais atuais. Penso que esses textos são geniais em qualquer tempo e em qualquer época, inclusive, com modificações e atualizações de expressões e palavras importantes para uma melhor compreensão. Quem sabe assim teríamos mais jovens (especialmente estudantes) ligados nessas obras que são clássicas e que ao mesmo tempo tem tanto a nos ensinar.
             É caos. É Machado. É Graciliano.











             

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Dia do Professor






 É isso... Caos também se comemora.




segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Lógica

Qual o sentido da vida?



                Eu fiz essa pergunta, repentinamente, para alunos de várias idades e séries, em colégio particular e em escola pública: é monstruosa a animosidade da maioria...
                Por se tratar de um professor de Matemática (este que vos escreve) acho que ninguém espera o questionamento. Entretanto, eu insisto: 
                Qual o sentido da vida?
                Alguns risos depois, gracejos e um certo desconcerto, vem o desconforto da pergunta. Ninguém sabe ao certo o que dizer, a maioria pensa por instantes no que eu gostaria de ouvir e não sobre qual é o verdadeiro sentido da vida.
                - A sua vida não tem sentido? - eu pergunto - Qual o sentido da sua vida? Qual o sentido da vida, de maneira ampla?
                 Novamente o desconforto. Alunos se entreolham, aquele riso aflito, envergonhados, ninguém sabe o que dizer ao certo. Existe uma resposta certa? Então o zunzunzun, burburinho e o barulho descontrolado. 
                 Volto a controlar a sala e insisto na pergunta, dessa vez sem escolher um(a) aluno(a) específico(a), lanço o questionamento no ar: qual o sentido da vida?
                 Nesse instante temos respostas diversas, também ao ar de um e de outro. Muitos gracejos de novo e frases desconexas, todos camuflam-se na multidão de opiniões e passam a dizer qualquer coisa, o que lhes vêm a cabeça. Sentem-se confortáveis com o anonimato do caos momentâneo. Nenhuma resposta efetiva, nenhuma convicção razoável.
                  É demais pedir-lhes que pensem a respeito? 
                  Acredito que não. 
                  Todavia, é notável a ausência quase que absoluta de iniciativas de raciocínio crítico (mesmo que sobre um tema repentino) de jovens que carregam sobre si o peso de "futuro do Brasil".
                   Qual o sentido do caos?




domingo, 13 de outubro de 2013

Não é brincadeira! (parte 57)



            Da série "escola não é brincadeira":




(meu batom desaparece no final do dia)




sábado, 12 de outubro de 2013

É hoje



Feliz dia das crianças!





Um dia vocês chegam lá.






sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Religião

"Se mais cristãos lessem a bíblia, haveria menos cristãos" - (Derek W. Clayton)





              Sou favorável ao ensino de Religião nas escolas: sim senhor!
              Vejo alunos tão desinteressados todos os dias, tão cansados de nada fazerem em suas vidas, que uma ideia ocorreu-me imediatamente: porque não incluir o ensino de Religião também à grade curricular para, como ocorre com Matemática, Língua portuguesa, História etc., causar-lhes também um total ódio e estranhamento sobre o tema?
              Se o conhecimento escolar fosse proibido (já disse antes) provavelmente muitos milhões de jovens lutariam até consegui-lo. Entretanto, estudar essas disciplinas (tão fundamentais para o nosso desenvolvimento intelectual) deixa de ser interessante justamente por serem obrigatórias. E se, contudo, também obrigássemos dezenas de milhões de jovens a se submeterem ao ensino religioso? 
               Acredito que o efeito seria o mesmo, e o resultado, então, seria positivo. Pois, em se tratando de crença religiosa, não há melhor remédio que não seja o conhecimento profundo do tema.
               A receita é simples: quanto mais ensinarmos, debatermos e estimularmos a pesquisa e a origem dessas seitas, menos seguidores haveriam, menos idólatras alienados existiriam, e partiríamos enfim rumo ao avanço efetivo de nossa sociedade. Os benefícios seriam imensos, incontáveis, inenarráveis.
               Alguns efeitos colaterais surgiriam, é verdade (como cientistas fundamentalistas), contudo, estes seriam ignorados tanto quanto hoje já o são.
              É isso: vamos falar de deus (todos eles) nas escolas, e obrigar os alunos a compreenderem melhor o nosso "Zeitgeist" de cada dia.
              Caos, crença, cansaço.
             




quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Aprovação

Todos somos iguais? Devemos ser tratados como tal?               





                Estamos próximos de mais um final de ano escolar, e uma pergunta bastante pertinente pais e responsáveis deveriam se fazer: quantos alunos da sala do meu filho foram reprovados?
                Sim, além de preocuparem-se apenas com a aprovação ou não de seus filhos, seria de extrema importância conscientizarem-se acerca do índice de aprovação de toda a turma em geral.
                Explico-me: se toda a sala foi aprovada, inclusive seu filho, ano após ano, não há que se estranhar tal fato? Sabe-se que numa sala de aula há diferentes tipos de alunos, dedicados ou não, bagunceiros ou não, entretanto, como podem todos terem o mesmo destino ao final do ano letivo? Um rápido diálogo com o estudante (e filho) e é possível descobrir quantos e quais são as peças raras da sala, aqueles que nada fazem o ano inteiro e que perturbam a ordem sistematicamente... estes também foram aprovados? 
                "Estranho", deveriam pensar alguns pais. No mínimo.
                 Que certos familiares fechem os olhos  e finjam não saber que seus filho são aprovados (ano após ano) sem saberem o mínimo do mínimo é até compreensível, dada a preguiça e desprezo agudos que estes demonstram (tal qual o filho estudante). Contudo, é assustador que pais de "bons" alunos permitam tal ocorrência sem nenhum questionamento.
                  Todos sabemos: o mundo lá fora não terá dó nenhuma desses jovens. Entretanto, porque se faz isso nas escolas, permitindo-se que estudantes aptos e dedicados misturem-se no mesmo nível a outros relapsos e preguiçosos? É caos, é erro e acerto. É fingimento.






quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Reunião do nada

           Senhores pais, sejam bem vindos à vossa farsa íntima.            




             Me assusta como pais e mães são tão cretinos quanto certos alunos. É visível, é notável o quanto pais se parecem com filhos. Isso realmente me assusta. Tanto, que penso e repenso todos os dias a maneira que conduzo a criação dos meus próprios filhos.
             Alunos cínicos, preguiçosos e perdulários têm pais idem. Excetuando os casos raros, é claro. Entretanto, há uma lógica perversa que conduz defeitos de carácter de geração para geração, em dias de reunião de pais é possível notar pessoalmente tais semelhanças mais que em qualquer outros dias. De uma maneira geral, todos gostamos de receber mais elogios que críticas, e ninguém esta 100% preparado para  ouvir o que não quer. Contudo, reparo que pais buscam justificativas estapafúrdias à falta de interesse de alguns alunos pelos estudos, pela escola e pelo conhecimento em geral. Parece que não lhes passa pela cabeça que seus filhos sejam um, quando estão em casa, e outro bem diferente quando estão na escola - e vice versa. Mas não: é sempre mais fácil culpar outrem pelos próprios erros e problemas.
           É raro, mas acontece ver pais que preocupam-se mais com o conhecimento do que com uma nota simplesmente. Todavia, é tão raro que nem dá para se considerar. A regra é a de puro egoísmo, absurdas acusações e justificativas débeis. E caos rindo-se de nós. 
           





terça-feira, 8 de outubro de 2013

R.P.M.

Reunião de Pais 2

(Escola pública)


Sem tempo para o caos
Sem tempo para escrever.










segunda-feira, 7 de outubro de 2013

R.P.M.

Reunião de Pais e Mestres:


(Escola particular)


É sempre assim, bimestre após bimestre...








domingo, 6 de outubro de 2013

Não é brincadeira! (parte 56)



            Da série "escola não é brincadeira":


Post de fim de semana











sábado, 5 de outubro de 2013

Não é brincadeira! (parte 55)



            Da série "escola não é brincadeira":


Post de fim de semana



Também concordo...!







sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Ônibus

Da série: "Ônibus que nós odiamos"...


Parte 5: fim de semana à vista (e nada mais importa)


       Chega de caos.






quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Ônibus

Da série: "Ônibus que nós odiamos"...


Parte 4: passageiro





              Pior que a superlotação dos ônibus, e ter de passar 3 horas num trajeto ridiculamente curto, é a falta extrema de educação dos próprios passageiros...
              Tem as velhas que gritam no celular obrigando-nos a ouvir a conversa. Tem os retardados estúpidos de mochila nas costas. Os caras do sovaco azedo. Os gordos sem noção. E as que se juram gostosas...
               Tem também o engraçado (ou que acha que é) e fala alto suas bobagens dispensáveis. Tem os mal educados e de bafo. Tem os chatos que puxam assunto. Os que pedem a informação que você não sabe. Os que dormem e babam. Os que gritam "vai descer!". Os que falam mal de tudo. Os que riem de tudo. Os que xingam por tudo. Os que ouvem música evangélica no celular.
              Mas tem uma classe de idiotas que supera todas as outras: a do grupo de adolescentes zoadores do fundão que, sozinhos, não passam de retardados mimados e infelizes (pensando que o mundo gira em torno de si).
               É o caos na janela babando, ouvindo "Jesus salva!"








quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Ônibus

Da série: "Ônibus que não odiamos"...

Parte 3: superlotação




               Newton disse: dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço. Acontece que Newton estava errado. Sim, ele estava redondamente engando.
               Ao menos isso é o que eu sinto quando entro num ônibus para ir trabalhar e, igualmente, quando tenho de voltar pra casa. É lamentável que alguém deva passar por isso. Que dirá milhões de pessoas todos os dias, 2 ou 3 vezes por dia...
                O idiota mentecapto que planeja e coordena o Sistema de transportes não utiliza o Sistema, claro, e sequer imagina o quanto o mesmo é ruim. Entretanto, tudo segue igual dia após dia, e o caos torna-se cada vez mais frequente.
                Motoristas são obrigados a parar em todos os pontos de ônibus, sempre que solicitados, sob pena de punição e multa caso sejam denunciados. Contudo, a cada parada o veículo superlota ainda mais, e mais. Até o limite do insuportável... aí o resultado é o esperado: provoca-se um efeito cascata com dezenas de ônibus enfileirados num corredor exclusivo que deveria escoar e não reter os mesmos, parados, por tanto tempo. Às vezes me parece que tudo isso é proposital, o caos, o abandono e o desinteresse do poder público. E o povo ainda ri, diz que "vida de pobre é assim mesmo", e empurra uns aos outros feito gado, na ânsia de voltar pra casa...





terça-feira, 1 de outubro de 2013

Ônibus

Da série: "Ônibus que não odiamos"...

Parte 2: cobrador



            Alguém aí é capaz de me dizer pra que serve o cobrador de ônibus?
            Eu posso dizer: para lembrar aos passageiros que eles têm uma vida de merda.
            Não basta a demora dos ônibus, a sujeira e o trânsito, nada disso é suficiente, é preciso que exista um cobrador de ônibus mal educado, estúpido e mal humorado, retransmitindo a sua própria frustração e infelicidade profissional (pois nenhum menino sonha em ser cobrador de ônibus quando crescer, claro). 
           Fico observando, de longe, quantos maus tratos uma única pessoa é capaz de praticar num único percurso de ida. É impressionante. Os passageiros pedem informações, simplesmente, e poucos respondem corretamente (quando respondem). Sem falar do sono atrasado da maioria. Ser cobrador de ônibus é ser capaz de dormir todo o trajeto sem ser incomodado (e de fato não o são).
           Outro dia eu contei: dos mais de 120 passageiros que passaram pela catraca apenas 7 precisaram do cobrador para alguma coisa: idosos ou passageiros especiais, para validação do bilhete eletrônico. E nada mais.
           Num mundo de tecnologia intensa, com ônibus biarticulados e letreiros em LED, custa-me entender para que servem essas pessoas que pouco ajudam, que encarecem o custo da passagem, e que vivem para fazer da nossa viagem um experiência um pouco pior. Sem falar, ainda, dos cobradores das peruas e micro ônibus, enlouquecidos, enfiando mais e mais pessoas dentro dos veículos (onde há 40 onde cabem apenas 24)...
            Não faz sentido, como tudo que é público, que tenhamos que pagar esses profissionais para tão pouca utilidade. Pior: que eles existam para nos mostrar o quanto é ruim viver dentro de um ônibus. É o caos dormindo na janela.