É curioso como o brasileiro, em regra geral, diz que a
educação de seus filhos é importante. Não é verdade.
Ninguém considera a
educação e a boa formação uma prioridade. Basta observar as reuniões de Pais e Mestres; o comparecimento é pífio – para não dizer ridículo.
Após alguns anos atuando como professor, e responsável pelas
Reuniões de Pais, vi com muita clareza a discrepância entre o que se diz e o
que se faz. O céu e o inferno têm mais
em comum.
Apenas nessa última semana recebi 4 mães, de 4 alunos
extremamente indisciplinados, para tratar de problemas e ocorrências das mais graves. De ambas ouvi alegações muito semelhantes: que
trabalhavam muito, não tinham tempo, nada podiam fazer sobre o comportamento dos
filhos, etc. Ou seja, faça o melhor que puder, porque eu não vou.
Essas mães foram convocadas junto com outras 20. As demais
não vieram. E assim é desde sempre. Professores com décadas de carreira
reiteram que o fato é regra e não exceção. Fico triste, me queixo e ouço
gracejo dos colegas. Deveria me acostumar, eles dizem, porque será o mesmo até
o fim dos tempos. Mas não pode ser. Não deveria ser.
Vejo numa entrevista mães que não conseguem vagas para os
filhos em creches, aos gritos, reclamando que “educação é importante”, que eles “têm
direito” etc.
Demagogia é pouco. Há somente caos.
Demagogia é pouco. Há somente caos.