terça-feira, 28 de maio de 2013

R.P.M.

       É curioso como o brasileiro, em regra geral, diz que a educação de seus filhos é importante. Não é verdade. 
       Ninguém considera a educação e a boa formação uma prioridade. Basta observar as reuniões de Pais e Mestres; o comparecimento é pífio – para não dizer ridículo.
       Após alguns anos atuando como professor, e responsável pelas Reuniões de Pais, vi com muita clareza a discrepância entre o que se diz e o que se faz. O céu e o inferno têm mais em comum.
       Apenas nessa última semana recebi 4 mães, de 4 alunos extremamente indisciplinados, para tratar de problemas e ocorrências das mais graves. De ambas ouvi alegações muito semelhantes: que trabalhavam muito, não tinham tempo, nada podiam fazer sobre o comportamento dos filhos, etc. Ou seja, faça o melhor que puder, porque eu não vou.
       Essas mães foram convocadas junto com outras 20. As demais não vieram. E assim é desde sempre. Professores com décadas de carreira reiteram que o fato é regra e não exceção. Fico triste, me queixo e ouço gracejo dos colegas. Deveria me acostumar, eles dizem, porque será o mesmo até o fim dos tempos. Mas não pode ser. Não deveria ser.
       Vejo numa entrevista mães que não conseguem vagas para os filhos em creches, aos gritos, reclamando que “educação é importante”, que eles “têm direito” etc. 
       Demagogia é pouco. Há somente caos.