terça-feira, 29 de outubro de 2013

Enem 2013

Da série: "Vestibulares que não fazemos por aí".

(Parte 2: Candidatos):

Ou não.


            Qual seria a melhor forma de admitir estudantes nas universidades? Gosto de debater com os alunos essas (e muitas outras) questões acerca do assunto.
            Uma coisa é certa: o sistema atual não é perfeito (nenhum será jamais) e não significa que os "melhores" candidatos sejam de fato os escolhidos.
            E aqui faço uma crítica (e uma auto crítica) às escolas e colégios, públicos e particulares: os alunos são tratados com isonomia (igualdade) e são colocados quase que completamente num mesmo nível, num nível burro e comum, que os fazem pensar por anos que todos têm as mesmas chances. E isto, para ser honesto, é um erro brutal
             Basta ver que em todas as provas externas de seleção ninguém é tratado como igual, nunca, e (ao contrário) há um processo de seleção rígido, rigoroso e extenuante. A única igualdade que existe é a liberdade de acesso e de oportunidades; toda e qualquer pessoa tem a chance que candidatar-se. E só. Pois apenas a ínfima minoria passará pelo crivo dos testes mais difíceis. Somente aqueles que tiverem a melhor e mais profunda preparação...
             
             Falo com os alunos, constantemente, acerca da não igualdade que há entre eles. Repito e repito: eles não são iguais, não têm as mesmas qualidades e capacidades, não possuem as mesmas potencialidades, e não serão tratados com igualdade no mundo lá fora
             Nenhum selecionador do RH de uma empresa, por exemplo, escolherá um currículo pela simpatia ou porque um candidato é "esforçado". Ser esforçado é pouco! É nada! 
             Contudo, penso que um menino ou uma menina pode ser "treinado" na escola desde cedo a ser médico, dentista ou advogado (por exemplo) desde muito cedo, desde a pré escola (ou antes). 
            Alunos com extrema capacidade de leitura e interpretação de texto, por exemplo, terão maior facilidade em determinadas profissões, e podem ser estimulados desde sempre (devem, na verdade) nessa mesma direção. Outros alunos que têm maiores facilidades com cálculos, ou com biológicas, seriam encaminhados à essas profissões
            Entretanto, o que fazemos? Entulhamos a todos numa única sala de aula, ensinamo-lhes uma infinidade de conteúdos complexos e distantes da nossa realidade (e a maioria desnecessários) e fingimos assim que todos aprendem. E cobramo-los em exames e vestibulares que decorem isso e aquilo. Mas, todavia, como se faz um bom Engenheiro? E um bom Professor? Como se forma ou se molda um profissional de primeira qualidade? Um profissional feliz?
            Com certeza, a resposta não esta em nenhum desses testes e exames. Talvez esteja no caos. Ou no futuro, onde as respostas estão.