quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Como nossos pais

(Retrospectiva - parte 4)



              Elis Regina cantou (numa canção de Belchior) que "nossos ídolos ainda são os mesmos". Isso foi em 1976. E ambos estavam certos. 
            Jovens não são tão jovens assim, pois suas crenças e costumes, seus gostos e seus pensamentos refletem os costumes, gostos e pensamentos de seus pais, avós e bisavós. Eles não sabem, não se dão conta e nem se importam, mas propagam o mesmo, o que é igual e o que aí esta há muito tempo.
            Não há espaço para um novo pensamento, um raciocínio genuíno. Ao contrário: há muito orgulho e satisfação em repassar o pensamento corrente, as ideias familiares. Para eles, concordar traz muito prazer. Sociedade moderna? Só se for por causa de uma meia dúzia. E nada mais.
               Adolescentes e jovens adultos falam muito mais pela boca de seus pais que por seus próprios pensamentos. E, eventualmente, quando saem do script, não vão muito longe não. Apoiam-se em ideologias já existentes, correntes seculares e tribos ultrapassadas que seguem uma banda, um artista ou uma crença (ou tudo isso junto). Isto é, seguem o que já existe e é velho. Não há originalidade. Não há raciocínio genuíno.
                Internet? Hi-Fi? Wi-Fi? Esqueça tudo isso. O conhecimento e o avanço estão além da família. E só a sua progressão é capaz de moldar e influenciar efetivamente a cabeça de um jovem ser humano... todo o resto é bobagem ou pura consequência.
               Pergunte a um adolescente de qualquer época qual o seu interesse maior e a resposta estará sempre às voltas com o que seus pais lhe dizem, um produto que deseja consumir, ou os dois juntos (outra vez). Não há vida, não há originalidade. 
                 Caos, agora, sem gasolina.