quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Racismo é o cara***!

post #3

                             Ei, Neguinho!

         Joaquim Barbosa disse numa entrevista à GloboNews, certa vez, quando lhe perguntaram acerca da existência do preconceito racial no Brasil e os limites que negros têm no país, que olhassem para os corredores do prédio do STF [Supremo Tribunal Federal ] e observassem onde os negros se encontravam, quais os postos e cargos eles ocupavam. Apenas isso responderia a pergunta.
            Não me importo com o que você pensa do ex ministro do STF [na verdade eu me importo com muito pouca coisa], mas a verdade é que eu vivo essa realidade. A mesma realidade descrita por Joaquim, durante a entrevista, onde negros e "pardos" estão sempre ocupando cargos e funções com as menores remunerações. 
              Entre a minha "classe", a dos professores, posso dizer que há ainda um pouco mais de equilíbrio graças [penso eu] ao mérito que o concurso público propõe. Mas é só. Em outras carreiras, que demandam maior preparação e estudo, maior capacidade de inserção profissional e maior necessidade de "aceitação" por parte de quem contrata, essa realidade é adversa.
               Basta olhar para hospitais e postos de saúde públicos, especialmente os de periferia, e mais especialmente os de periferia extrema, para notar o quão médicas e médicas em sua maioria caucasianos são amparados por toda a sorte de profissionais de menor remuneração com uma cor de pele que sempre é mais escura. A solução? Eu sinceramente não sei. Se sou a favor das cotas? Também não sei. Talvez noutro post eu discuta isso melhor.
          Caos, qual a sua descendência?



Racismo é o cara***!

post #4 
                             Ei, Neguinho!


          Jovens e crianças com atitudes racistas têm, em casa, pais e mães  também racistas?
              Essa é uma questão controversa. Mas me arrisco a dizer quem sim. E que há, antes de tudo, uma regra social perversa que permeia toda a questão do preconceito racial e suas respectivas ofensas [como se o racismo em si já não bastasse]. 
           Crianças, jovens e adolescentes ainda xingam os mesmos insultos que os meninos em minha época de escola xingavam [estou falando da hoje celebrada década de 1980]. Com um porém: estes xingamentos foram banalizados. Infelizmente, apelidos e comentários depreciativos acerca da origem étnica de um e outro aluno ocorrem com tanta ou maior frequência e ninguém parece notar o quão graves eles são. Professores, diretores e coordenadores lutam diariamente contra, mas experimente tentar modificar em alguns minutos o que uma família leva toda uma vida para fazer. É algo extremamente desgastante. 
           O negro ainda é visto como alguém inferior [não é], como alguém que tem menos condições e capacidades que outros [não tem], e é comum meninos e meninas negras negarem a si próprios os mesmos direitos de outrem. A não reivindicarem o que lhe é de direito e a não reagir às ofensas impostas. Parece-me, as vezes, um ciclo infinito de maldades, burrice e desinformação. Além do ódio sempre contido num gesto simples de discriminar.
          Caos, qual a sua etnia?


segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Racismo é o cara***!

post #5 
                             Ei, Neguinho!


          O nome dele é Gabriel [mesmo nome do meu filho mais velho, aliás]. Um garoto dedicado e talentoso para desenhos gráficos e geométricos. Calmo, tranquilo e de fala baixa. Com excelente capacidade de cálculo e de concentração em minhas aulas de matemática. Chegou após o início do ano letivo e teve de se adaptar à nova turma. O que fez, diga-se de passagem, com razoável tranquilidade. 
           Mas acontece que algo sempre me incomodava, não nele, mas na forma como o tratavam desde o início: ele era chamado de neguinho pela maioria dos "colegas" de sala, nome pelo qual ele atendia [acredito eu] fingindo não importar-se.. Afinal, quem se lembrar da sua fase de escola vai recordar que apelido que "pega" é aquele que a pessoa apelido que incomoda a pessoa... 
            Chamei-o num canto e, com a intenção de tomar uma atitude, e comecei lhe perguntando se gostava que o chamassem assim. Era lógico que não gostava, ninguém poderia gostar de um nome desses. Mas apenas o seu olhar, o seu semblante a expressão cansada de quem já sabe que algumas coisas não mudam nunca, já daria muitos e muitos post's aqui nesse blog...
          Ao final da aula, resumi à sala qual era o seu nome verdadeiro e determinei que assim ele fosse chamado a partir de então. O primeiro que se atrevesse a chamá-lo de neguinho ou coisa depreciativa semelhante iria se ver pessoalmente comigo, e que levaria isso até as ultimas consequências. 
        Antes de sair e ir para a outra sala ordenei ao menino, em voz alta, que sempre respondesse "neguinho é caralho!" quando lhe chamassem assim...
          Caos, qual a sua cor?



domingo, 27 de setembro de 2015

Palavrões na escola

ofensa #1

Cala a boca cuz**!
            Uma conclusão muito simples [e não muito inovadora] é a de que filhos que xingam muito têm pais e mães  que também xingam muito. É possível haver,  por exemplo, pais que xinguem muito e filhos que não o façam. Mas, em via de regra, filhos que xingam demais dentro das escolas têm pais que fazem o mesmo...
              Caos, vai tomar no c*!




sábado, 26 de setembro de 2015

Palavrões na escola

ofensa #2

Bertolt Brecht  por**!
         "O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais." [...] *

                   Caos, porque você odeia tanto a política?




* trecho e adaptação do texto "O Analfabeto político", de Bertolt Brecht
** Obrigado Prof. Rafael [História] por sua inconsciente contribuição!

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Imagine só

700 mortos em MECA
         Diz-se que todo muçulmano deve ir à Meca ao menos uma vez na vida. Nessa semana 700 pessoas foram esmagadas por pisoteamento. Uma tragédia inimaginável para nós, aqui no ocidente. Apenas mais uma notícia sem importância.
     Para mim importa. E eu penso: imaginem toda essa energia sendo canalizada para o bem da nossa humanidade? Imaginem toda a força, dedicação e esforço direcionados para o avanço e bem estar de toda a espécie humana? Mas o que temos aqui é justamente o contrário: bilhões e bilhões de pessoas unindo-se com seus pares em busca de uma salvação pós vida, uma "salvação" inútil e estéril.  
      Se todo esse "esforço" fosse concentrado no avanço da paz, na cura de doenças terríveis e solução de conflitos armados, talvez aí sim vivêssemos num paraíso. Mas, honestamente, alguma religião sabe mesmo o que é viver num paraíso?
         Caos, você será totalmente pisoteado!




quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Palavrões na escola

ofensa #3

Vai pra casa do c******!
          Alunos cabulam aulas dentro da escola. Alunos cabulam aulas nos corredores, no pátio. Alunos cabulam aulas principalmente na calçada da escola, no estacionamento da escola, em qualquer lugar que indique tratar-se de escola.
                Não sei você [que tem por volta de 30 anos de idade, ou mais] mas eu sou de uma época em que alunos se esforçavam um pouco mais para se esconderem quando cabulavam aula... Hoje, tudo diferente. Há uma sensação generalizada de impunidade, certeza de que nenhuma punição ou consequência ocorrerá. E não ocorre mesmo. Uma pena.
                   Caos, porque você odeia tanto a escola?





quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Obrigado





Aos alunos da 8.ª série A, 
os meus sinceros agradecimentos!





terça-feira, 22 de setembro de 2015

Palavrões na escola

ofensa #4

Vai tomar no c*...!
          Hoje um dos alunos agrediu outra aluna e, contido por colegas e o próprio diretor da escola, ainda tentou espanca-la um pouco mais. Essa é uma rotina muito comum. Infelizmente.
          O aluno em questão é um velho conhecido nosso [e também da polícia] forçado a frequentar o ambiente escolar por ordem judicial da vara e infância da juventude [amparado pelo direito que lhe convém pelo ECA, estatuto da "criança" e adolescente]. 
         Em sala de aula ele nada faz, e recusa-se terminantemente a participar de qualquer atividade que lembre um ambiente escolar. Não traz caderno, não traz lápis, canetas ou livros. Nenhum dos muitos materiais que lhe foram entregues é trazido à escola. Em suas mãos, apenas um celular caro e os fones de ouvidos. Cabula aula, esconde-se em corredores, desafia e xinga qualquer um. Especialmente professores [incluindo este que vos fala].
           A família [uma mãe muito nervosa e aparentemente de pouca instrução] fora chamada diversas vezes mas, para ela, todos estão perseguindo o seu filho. Ele tem quase 17 anos, diversas tatuagens e mal consegue calcular uma operação simples de soma. Mas é temido por todos. E hoje fez mais uma de suas vítimas. E a unidade escolar é obrigada a recebe-lo, a suporta-lo, embora todas essas barbaridades estejam ocorrendo. Esperemos que o pior não ocorra. Eu mesmo temo pela minha segurança.
            Caos, quem estragou a sua vida?





segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Palavrões na escola

ofensa #5

Filho da pu**!
       Não que eu tenha recebido as melhores das educações em casa, nem que meus pais fossem verdadeiros exemplos num altar de benesses e eu fosse um exemplo de menino... Nada disso. Fui educado nos anos de 1980 e recebi as mesmas formações básicas que os pais e mães daquele período davam aos seus  filhos [nos anos 80 a TV nos criava mais do que as famílias em si]. Mas ocorre que hoje, em geral, observo jovens e crianças xingando palavrões absolutamente terríveis. Os mais baixos. Os mais humilhantes possíveis.
         É comum ver e ouvir jovens de apenas 11, 12 e 13 anos agredindo e ofendendo colegas, funcionários e professores [principalmente estes] com adjetivos impronunciáveis... O que fazer? Sinceramente não sei. Conversar é o que mais vejo os colegas de educação fazendo. Mas os resultados são pífios. Acredito honestamente que seus pais e familiares xinguem igualmente ou mais, em casa. Acredito, ainda, que desde os anos em que eu estudava, na década de 80, muita coisa piorou. Especialmente nesse sentido.
          Caos, porque você não vai se foder?





domingo, 20 de setembro de 2015

Afff...

"No meu tempo, a escola era melhor..."

E excludente também...


           Ei, caos: cadê você?





sábado, 19 de setembro de 2015

Afff....

"No meu tempo, a escola era melhor..."

E elitista também...


           Ei, caos: nenhum post novo?








sexta-feira, 18 de setembro de 2015

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Insano

É sentir-se de mãos atadas...
na terra dos Patetas.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Loucura

É não poder fazer nada...
...diante da bagunça.


domingo, 13 de setembro de 2015

Inacreditável

É falar...
...para quem não quer ouvir.



sábado, 12 de setembro de 2015

Cansativo

É viver...
...de utopia.


sexta-feira, 11 de setembro de 2015

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Absurdo

É remar sempre...
...contra a maré.



quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Cegueira

Impossível...
...é ensinar quando alguém se recusa a aprender.



terça-feira, 8 de setembro de 2015

Escola proibida

A partir de hoje, 
estudar nas escolas esta proibido!

         Há uma frase muito intrigante, atribuída a Derek W. Clayton, onde ele diz que "se mais cristãos lessem a bíblia, haveria menos cristãos". Eu, porém, adapto essa frase à educação formal, aquela ofertada em escolas [especialmente as públicas]: "se menos estudantes pudessem ir à escola, haveria maior interessa por parte de todos".
            Proponho o seguinte gesto: vamos proibir a escola!!
            A partir desta data a escola é totalmente proibida a qualquer estudante, ou candidato a estudante, que se proponha a frequentar as aulas livremente. Para tanto, será necessário merecê-la, alcança-la. Mostrar o quão empenhando esta para frequenta-la. 
           A partir de hoje, estudar é proibido!
           Caos, o que você gostaria de estudar?



segunda-feira, 7 de setembro de 2015

domingo, 6 de setembro de 2015

Hoje não tem aula!

Faço muito... ops!







sábado, 5 de setembro de 2015

Descobrimento do Brasil

Cabral, Cabral...*
          Esses dias, durante uma aula:
          - Quando o Brasil foi descoberto? - eu pergunto
          Longo silêncio. 
          - Em 1500? - responde finalmente alguém, com outra pergunta.
          - Sim! Em 1500! Mas, quando foi isso exatamente?
          Novamente longo silêncio.
          - Vamos lá gente - eu tento incentivar - foi em abril de 1500! Mas qual foi o dia?
          Os alunos se entreolham, de repente alguém pergunta:
          - Quarta feira?

          Caos, quando você descoberto?


*Se não fosse real, não teria nenhuma graça...

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Milagres existem?

Então, o inacreditável aconteceu...

          Hoje, ao entrar numa das salas, uma inacreditável surpresa: todos os alunos colocaram os seus telefones celulares sobre a mesa do professor. E durante todo o dia, em todas as aulas, ninguém tocaria num só aparelho ali depositado. E deu certo. Assim foi até o final do dia, quando cada estudante retirou seu aparelho e foi para casa. Realmente impressionante...
            Um dos alunos trouxe uma cesta de palha, acomodou-a por sobre a mesa e, um após um, todos se levantaram e deixaram ali o objeto de maior discórdia hoje dentro das escolas públicas. Um feito e tanto. Quase nem consegui dar aula de tanta euforia. Gastei uma hora falando com eles acerca da importância desse gesto, da demonstração amadurecida de união, força e inteligência... Um dia e tanto, meus caros! Um dia e tanto!
            Caos, hoje você fodeu.


quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Povo doido

Eu, hein...


Escola ideal com "todo mundo sorrindo", "todo mundo feliz", "todo mundo contente"... Isso existe? Acaso há algum lugar, no mundo inteiro, que seja assim? Que seja ao menos parecido...? Em algum lugar as pessoas estão sempre sorrindo, todos felizes, todos contentes..? 
Eu, hein... esse povo tem cada loucura...

Caos, você sorri o tempo todo..?




quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Como seria a escola ideal?

Abaixo, um vídeo interessante 
feito [eu imagino] pelos próprios alunos de uma escola:

Eu proponho mais alguns tópicos:
                - Nenhuma mesa e nenhuma cadeira nas salas de aula;
                - Nenhum professor e nenhuma lição;
                - Nada de provas;
                - Nem notas;
                - Nem chamada;
                - Nem coisa alguma que se pareça com uma escola;
                - Nenhuma necessidade de cumprir horários, o aluno sai e entra a hora que quer;
                - Nenhuma obrigação, efetivamente, e cada um faz o que dá na telha;
                - Ao final de cada ano, o próprio aluno se dá uma nota e a média final;
                - Sexo: liberado;
                - Drogas e álcool: liberado;
                - Pequenos delitos e crimes leves: liberado.

               Caos, alguma outra sugestão?
                             

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Positivismo tolo...

"Bastidores da Educação"

Não resisti... postei esse comentário no vídeo acima. 
Acompanhem o vídeo. Acompanhem o comentário:

"Curioso e decepcionante notar o quanto esses vídeos 'positivos' e 'motivacionais' não são feitos por professores, para professores ou por profissionais que atuam diretamente dentro das instituições de educação. Especialmente educação pública. Especialmente educação pública das periferias dos grandes centros.

Curioso e decepcionante notar que a nossa realidade é extremamente oposta, que nossos problemas são outros, e que as soluções estão cada vez mais distantes. Graças, inclusive, a iniciativas como essas. Que 'enfeitam' o problema e na prática não colaboram com coisa alguma... Uma pena. "



              Caos, você se sente abandonado?


Fonte do vídeo: http://www.bastidoresdaescola.com/