segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Resumo (parte 1)

O que exatamente você não entendeu? Pode explicar?

           Começo o resumo desse ano fazendo uma triste constatação: não entrego os alunos para o ano de 2014 melhores do que os peguei e 2013.
           Adoraria dizer o contrário. Mas não digo.
           Adoraria pensar que a culpa não é só minha (e não é) mas não me basta.
           Fiz alguns testes com meus alunos (de escolas pública e particular) e o resultado é desanimador. Alguns sequer aceitam as avaliações, especialmente em escola pública, dada a proximidade do final do ano e das férias.
           Aos alunos de 5ª série, por exemplo, passei contas simples de divisão (com 1 e 2 números), e índice de acertos foi inferior ou igual a 10%.
            Sim, 90% dos meus alunos, estudantes que passaram todo um longo ano sob meus cuidados, não são capazes de efetuar uma divisão simples com um ou dois números. É aterrador.
            A quem culpar? O ensino básico deficiente (antigo primário)? A família que mal acompanha (ou nem sabe acompanhar) o desempenho dos filhos estudantes? Ao Estado? Eis a questão...
            Meu desânimo, infelizmente, foi partilhado com outros colegas professores: língua portuguesa, ciências, língua inglesa...
             Para mim há um abissal e renitente problema a ser resolvido, uma questão simples e de simples resolução: questão de prioridade. A educação somente terá melhoras significativas quando for ela, verdadeiramente, uma obsessão. Objeto incessante de investimentos e melhoras sistemáticas. Melhoras simples e de fácil aplicação, como pretendo relatar nos post a seguir (mais uma vez), e que logo trariam a todos os tão esperados efeitos benéficos da qualidade e eficiência.
             Mais ainda: se os filhos de vereadores e deputados estudassem nessas instituições, garanto, a melhora viria em poucas semanas, senão em dias. Ao cont
rário do que hoje é, as escolas de periferia não mais seriam depósito de jovens e crianças, dia após dia, num incessante fingir e encenar acerca do aprendizado propriamente dito. 
             O caos, por ora, esta despedindo-se com chaves de latão.