quinta-feira, 20 de junho de 2013
Utopia
Vamos exercitar a fantasia nossa de cada dia:
Uma das muitas soluções possíveis, para os problemas de indisciplina e violência nas escolas públicas, seria a criação de uma equipe disciplinar.
Explico-me:
Esses profissionais, professores também, agiriam em apoio a coordenação e a direção da escola (sempre saturada) com poder de fiscalização e ação para convocar pais, advertir, suspender e até expulsar determinados alunos (atualmente chamado de transferência compulsória).
Um problema típico (para dar um exemplo) é a circulação dos alunos pelos corredores e pátio da escola. Além de não estudar (na verdade eles não querem estudar) eles atrapalham e muito os professores em salas de aula. Não há ninguém para controlá-los. Inspetores são impotentes e não têm poder administrativo sobre eles, e nada podem fazer efetivamente. No máximo, o que conseguem é adular cada um desses adolescentes a voltar pra sala, quando muito, transferindo o abacaxi para o professor (que já tem outros 40 alunos para dar conta).
Mas esse é um trabalho de formiga. E inútil. Pois assim que podem, os mesmos voltam aos atos de delinquência dentro da escola livremente.
Hoje, se o aluno é pego "cabulando" aula, ou depredando a escola, só há punição se os diretores da escola tiverem monumental boa vontade para fazê-lo (quase nunca há). Uma equipe receberia os nomes desses alunos e abriria procedimentos administrativos na tentativa de resolver a questão, e se esses alunos voltassem a "cabular" aulas, por exemplo, ou depredassem o patrimônio de todos nós, sofreriam as consequências do regimento escolar, e receberiam "penas" da mais leve até a mais grave.
Atualmente, não há ninguém para cuidar desses casos.
Alunos que fumam e bebem nos banheiros, se drogam e picham a escola, ficam totalmente impunes. Eles quebram vidros, portas, janelas, pisos, azulejos, espelhos, mesas, cadeiras, lousas, lâmpadas, jardim, pias, torneiras, privadas, grades, forros e não há ninguém para investigar, apurar e punir os malfeitores.
Aqui, nossa escola foi pintada essa semana. Todas as lâmpadas e tomadas foram substituídas por outras novas. No dia seguinte já se via paredes pichadas e instalações elétricas depredadas. Ninguém sabe, ninguém viu.
Tristeza.
É como se a escola não tivesse um "dono", um chefe ou um "líder".
Somos incapazes de agir (na verdade muitos de nós têm medo de fazê-lo), e vivemos refém de uma estrutura caótica, de um sistema que não funciona e não que gera frutos.
Tristeza sem fim. Excesso de caos.
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