quarta-feira, 19 de junho de 2013

Professor!



      Na escola pública agora estamos em semana de conselho escolar. É interessante. E funciona assim: 

      Os alunos entram, sentam-se acompanhados de seus pais e, um a um, todos os professores falam de cada aluno. Seu aproveitamento, notas, faltas, etc. Além dos elogios e das críticas referentes ao atual bimestre.
      Em todos esses anos, em todas as escolas, tudo é igual: muitos alunos faltam, os pais e a família são eternamente ausentes, e acaba-se fazendo um conselho escolar apenas com os alunos estudiosos, medianos e disciplinados. Observadas raras exceções, é claro.
      No geral, o que não muda é o professor. Em todas as escolas encontra-se as mesmas figuras de sempre: os resmungões, os apressados, os faltosos e os intransigentes. Às vezes falta a compreensão de que estamos lhe dando com a educação e com o futuro efetivo de centenas de jovens e crianças. Pressa, queixas e intransigência não ajudam em nada. 
      Outro tipo de professor encontrado é o cansado; vejo muito destes ao longo de todos os anos. São os primeiros a nos aconselhar a procurar outra profissão. Desista em quanto  é tempo, me disse um deles. Você ainda é jovem (eu era jovem na época), vá ganhar dinheiro e garantir o seu futuro, completava.
    Às vezes, em dias conturbados e de tumulto, penso muito nessas recomendações. 
Não sofrer problemas de violência, banditismo diário, ou mesmo ter maior independência financeira, fazem parte do meu ideal de vida. Mas tudo isto esta distante agora. Não dou aulas por ideologia ou mera vocação (talvez um pouco de cada, sei lá), mas por sentir que faço isso melhor que qualquer outra coisa. 
      Só desejo ter melhor estrutura de trabalho, no mínimo, equivalente às cobranças que a sociedade nos faz.
      Caos. Cansaço. Recesso chegando.