Incandescente
Durante uma semana eu olho aquele menino. É só mais um, igual a todos os outros, “depositado” dentro
da escola à espera que façamos o que a própria família não faz.
Uma rodada intensa de exercícios, cadernos, correções e
muita explicação por dez aulas seguidas. Então avaliação. E surpresa.
É difícil controla-los, exigir silêncio, ordem e concentração
na prova. Em pé, frente a todos, observo com atenção as tentativas de colar...
A maioria é amadora e esquecem que eu também já fui estudante um dia...
Star, junto a mim,
esta sentado na primeira mesa. Coça a cabeça, parece irritado com o conteúdo,
como quem não entende direito. Parece incomodado com a minha presença tão de
perto. Era o que eu imaginava.
Mais tarde, em casa, corrijo as avaliações. Star é um dos
poucos com notas azuis. A letra é sofrível, tudo a caneta [pois não tem lápis]
mas os cálculos fazem total sentido. Fico surpreso. Teria colado? – essa foi a
minha primeira reação. Impossível, não avisei a ninguém sobre a prova. Não lhes
dei tempo para planejar qualquer cola...
No dia seguinte lhes devolvo a prova, com as notas e os
devidos comentários, deixo a de Star por último. Ele a toma, olha para sua nota,
volta para sua mesa e reclama consigo mesmo. Esta insatisfeito. Esta
descontente com o “resultado”. Eu, da minha mesa, estou curioso: ele esta descontente
porque colou ou porque estudou? Star, sem notar, causa uma confusão imensa na
minha cabeça...
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