Observando a volta às aulas reparo que escolas públicas e privadas se parecem muito mais do que se imagina nessa época: estão vazias.
Poucos alunos frequentam os primeiros dias. Especialmente se esse cair numa quarta ou quinta-feira.
A maioria (dos poucos) esta cansada e pouco se importa com o professor. É preciso gostar mesmo da profissão, ainda mais por esses tempos.
Ser professor é mesmo uma profissão esquisita: somos pagos para falar, mas nas salas de aula quase ninguém quer nos ouvir...
Imagine pagar o ingresso do teatro, por exemplo, e recusar-se assistir a peça.
Improvável, eu sei.
Imagine também pagar a entrada de um show de rock, e tapar os ouvidos. Comprar uma torta ou bolo, e não comer. Contratar serviços de internet, água, luz e TV a cabo, e não utilizar.
O mesmo ocorre nas escolas (públicas e privadas). O mesmo não ocorre nos demais serviços prestados à sociedade. Incrível...
Costumo fazer essa analogia aos alunos. Poucos compreendem o que é ironia. Muitos sequer estão acordados.
Engraçado é encontrar boa parte desses alunos anos depois, em cursinhos, sofrendo para revisar anos e anos de déficit. Ganho o dobro para ensinar a mesma coisa 2 vezes. Eles não se importam. Eu não me importo, as vezes.
O caos é permanente.