Com muita frequência reflito e faço críticas à nossa sociedade. Observando pequenos cidadãos entre 10 e 11 anos de idade, fica fácil notar o quão grave nosso país está. Mas outra observação, também, se faz importante e até necessária: sobre nós, os Professores.
Não é comum ver e ouvir relatos auto avaliativo de um Professor. Na verdade
nunca os presenciei. Ao contrário, sempre nos colocamos como vítimas e
reclamamos direitos vilipendiados. Tudo certo, tudo válido. Mas necessário é
examinar o nosso próprio trabalho, já que ninguém o pode fazer sem ser achincalhado, e responder a uma
pergunta deveras pertinente: fazemos o nosso melhor?
Posso adiantar que não. Nem de longe.
É certo que nos falta estrutura, materiais e meios para
elevar o nível de nossas aulas. Mas também é fato que uma maioria
constrangedora de Professores é omissa ante o seu papel. Sempre que surge um
novo movimento de greve, desses que exigem muito para conquistar o mínimo, fico
imaginando o que aconteceria se o Estado cedesse. Como seria se, de repente, a
Secretaria de Educação desse não apenas 50% de reajuste salarial, mas 60%?
E se
todas as reivindicações fossem atendidas, como melhorias estruturais, salários,
etc.? O que faríamos? Nos mobilizaríamos em prol de uma melhoria consistente e
eficaz da educação?
Não é o que eu vejo agora. E provavelmente não veria depois.
Passando os últimos 5 anos em cinco escolas diferentes, vi
algo comum em todas estas: despreparo, desinteresse pelo conteúdo ensinado,
guerra de egos, grupinhos guerreando contra grupinhos, e queixas. Muitas
queixas!
Acho que nos acostumamos a isso, e se algo de verdade mudar,
ficaremos órfãos de nossos graves problemas.