É lógico que limitar as pessoas de estudar além da 5ª é uma piada, uma forma
de externar uma insatisfação universal dos professores.
Mas, de novo, e como quem observa a historia pelo lado de dentro, eu faço
a seguinte indagação: quantos jovens preocupam-se de fato com os seus estudos?
Quantos, dos mais de 40 alunos das salas de aula que temos, preocupam-se com o próprio
futuro e preparam-se efetivamente para ele?
Por experiência, posso contar nos dedos de uma mão. Da mão do Lula, aliás.
E não se trata de convencê-los, de seduzi-los ou de criar uma aula mais
interessante, e atrai-los para mais perto do conhecimento. Nada disso.
Trata-se mesmo de um desinteresse completo e totalmente generalizado.
Se antes estudávamos para ser alguém na vida, para termo melhores condições
de vida, hoje esses jovens e crianças tem tudo o que precisam: tênis de marca, vídeo
game, TV a cabo e notebook (para citar apenas alguns itens) e o seu comodismo é visível em
nosso dia a dia.
O desprezo desses jovens pelo conhecimento é brutal, e é consciente.
Os professores sentem-se como estúpidos, retardados, elaborando métodos diferenciados
para falar de coisas que todos precisam aprender: equações, gramatica etc. Mas ninguém
se interessa. Sempre foi assim, é verdade, mas é consenso também que isso hoje
esta muito pior.
Por essa razão (mesmo que eu não concorde) entendo por que muitos
colegas entram no "piloto automático" e deixam o barco seguir rumo a lugar
algum. Se um estudante desejar algo melhor, terá mesmo de seguir por conta própria.
O que também é péssimo. Mas, já não é assim há muito tempo?
Só posso dizer uma coisa: caos.