Semana de pagamento.
Parece mesmo uma piada esquisita e sem graça.
Parece mesmo uma piada esquisita e sem graça.
Simples assim: eu ganho pouco!
Na verdade eu ganho muito pouco.
Que se dane a média brasileira, o trabalhador médio não qualificado, o boia fria e os deputados federais. Eu ganho pouco. Mal dá para pagar as contas [e às vezes nem isso].
Minha profissão é lecionar, ensinar e promover conhecimento de exatas, de habilidades matemáticas, e toda a minha rotina resume-se facilmente em atender expectativas outrem: da escola, do Estado, da família e da sociedade em geral.
Não apenas dou aula. Tenho que planejá-las, organizar-me para alunos com problemas de aprendizagem, outros tantos desinteressados, além de imaginar uma série inacreditável de "maneiras" interessantes de lecionar o que sei.
E, ainda assim. Ganho tanto quanto um pedreiro bem empregado [meu pai é pedreiro, sei do que estou falando].
Não almejo casa na praia ou carro zero todos os anos [nunca fizeram minha cabeça]. Quero sobreviver decentemente. Quero pagar todas as contas básicas e de subsistência no final de cada mês sem a paúra rotineira. Quero o direito de um presente ao filho no seu aniversário [algo cada vez mais raro], e descansar em paz sem tantas pressões e expectativas.
O que essas mães e pais querem? Que transformemos seus filhos [todos preguiçosos e bem alimentados] em gênios instantâneos? Esqueçam...
Guerra é paz. E nenhuma grande descoberta "surge" em tempos de fartura.
É isso. É caos.