segunda-feira, 17 de junho de 2013

Atenção (parte 2)

      Porque a escola não reprova?
      As razões são muitas. E do primeiro dia em que comecei a trabalhar com educação, até hoje, me assusta a passividade e a falta de organização de muitos dos meus colegas professores.
      Temos ferramentas, sim, para reprovar alunos sem o mínimo de condições necessárias. Isso se dá somente uma vez ao final de cada ciclo (de longos 4 anos, é verdade) mas é a nossa única chance, e é melhor do que nada! 
      Mas o que ocorre? Vendamos os próprios olhos e damos as mãos ao caos. Aprovando alunos inaptos e passando o problema adiante.
      Ouvi de professores, diretores e coordenadores de escola:

"que adianta reprova-lo agora, se ele não aprendeu nada mesmo até aqui?"

"se eu o reprovar, terei que suporta-lo outra vez ano que vem!"


"e o nosso bônus? Eu quero receber meu bônus! Vamos aprovar todo mundo!"


"não é minha responsabilidade se ele não estudou, vamos passo-lo  e pronto!" 


      E para os alunos do último ano do Ensino Médio:
"se a gente reprova-lo, ano que vem ele continua aqui, sem fazer nada de novo. Todos nós o aprovamos e o mandamos embora!"

      Ou seja, temos como (ao menos) dirimir o tamanho dos nossos problemas, retendo e reprovando uma série de alunos que tumultuam a escola, atrapalham e destroem o patrimônio público, mas não o fazemos de forma deliberada. Simples assim.

      Às vezes penso que somos reféns de nós mesmos. É o caos