quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Mérito?

SISU (parte 1)

Pode não ser o modelo ideal (talvez este nem exista) mas garante uma justiça inicial: a do mérito.

          O SISU (sistema de seleção unificada) garante a oportunidade de qualquer aluno, de qualquer lugar do Brasil, candidatar-se à uma vaga em todas as universidades federais do país apenas com a sua nota do ENEM. Problemas à parte, a vantagem esta naquele que é um dos maiores fantasmas do nosso sistema educacional: o do mérito.
          Há alguns anos vem repetindo-se a ideia de que todos os alunos devem ser tratados de igual maneira (concordo) sob a premissa de que todos devem ter as mesmas chances (também concordo), mas na prática os professores sabem que isso tudo é muito diferente. Todos têm a mesma chance, em tese, mas os diferentes níveis de instituições de educação (pública e privada) nos mostram que a disparidade é assustadora. Tanto, que temos uma competição não ampla e irrestrita, mas uma competição entre iguais. E é nesse ponto que o aprimoramento do SISU, ao longo dos tempos, poderá equilibrar essa balança de vantagens e desvantagens.
           
         Ao inscrever-se no Sistema o aluno compete apenas com os seus semelhantes, literalmente, seja ele negro, oriundo de escola pública, de baixa renda ou nenhum desses. O estudante disputa uma vaga apenas com os seus iguais. Se não é negro, não estudou em escola pública e tem uma renda familiar "decente", concorre com outros em igual condição
         Apesar das muitas discussões e ideologias envolvidas, é preciso salientar o ponto positivo do mérito! Todos, indistintamente, têm que obter uma nota mínima e condizente com o nível exigido para ingressar numa Universidade Federal. Negros, brancos, ricos e pobres precisam estudar muito para alcançarem seus objetivos. A "cota", sozinha, não garante e não oferta vagas a qualquer um. Ao contrário: a quantidade de candidatos que optam pelas modalidades ditas "afirmativas" são imensas! Arrisco-me dizer que é a maioria, dada a maior quantidade de alunos pobres e que se auto declaram "pretos" existentes no Brasil. Portanto, segue-se uma disputa e persegue-se o merecimento: nada mais justo.
         Mérito. Essa é palavra.
         Caos distante.