terça-feira, 21 de agosto de 2018

Tetra Pak
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      Hoje um raio de esperança iluminou minhas inquietações. Vi quase uma centena de alunos se debruçando sobre caixas de leite vazias, tetra pak, de todas as cores e formatos. Abertas e planificadas como uma placa rasa cheia de informações pedindo atenção.
         Isso é escola, eu pensei. Isso é conhecimento!
     Eu não disse nada, imediatamente, e deixei-os investigar cada detalhe, cada imagem e os infindáveis números, nomes e informações contidas numa simples caixinha de leite totalmente aberta. Foi o bastante.
     As aulas transcorreram como há muito esperava, desde que me formei, e trouxeram incontáveis ideias e direcionamentos sobre como abordar cada tema  da vida real matematicamente. Uma caixa, suas medidas, suas siglas, marcas, registros, a textura do alumínio que sempre fica escondido, a interação entre eles como forma de experimentação única. Foi um dia especial.
     No contexto ideal eu teria material e a estrutura necessária para registrar esses experimentos, e incentivo para prosseguir. Mas não. A escola pública sofre pelas repetidas faltas de professores e aulas vagas se acumulam em toneladas, então há o caos, desordem e muito, mas muito barulho. É muito difícil formar um país assim.
      De toda forma, sempre imaginei que boas notícias e acontecimentos especiais viriam em situações adversas como as de hoje, imagino ter encontrado (sem exagero) um caminho específico para o ensino da matemático dentro de escolas públicas e de periferia. Onde tudo falta, material falta e até professores faltam todos os dias. 


        Caos, você falta ao trabalho se não houvesse estabilidade no serviço público?