sexta-feira, 5 de julho de 2013

Entrevista de emprego


      Escrevo no computador, ouço ao fundo a TV. 
      Algo me chama a atenção. Algo sobre escola e educação - claro.

"Jovens estudantes chegam muito imaturos no mercado de trabalho"

"A maioria não sabe como se portar numa simples entrevista de emprego"

"Eles não sabem distinguir padrões, linguagens, e sequer escrever direito"

      Um soco no queixo. Tudo isso me atinge. Diretamente. Tapa na cara.
      Poxa, eu falo tanto disso. Repito à exaustão o que é importante! 
Besteira. Estou enxugando gelo há um bom tempo.
      Eles não sabem distinguir padrões? Eles não sabem o que é um padrão!
      Por@#!
      Quando vejo um aluno meu com livros nas mãos tomo um susto. Não deveria, eu sei. Mas tomo assim mesmo. Logo corro e pergunto: alguém perdeu esse livro? Quer que eu o leve ao achados e perdidos?
      Alguns não entendem ironia também.
      Outro dia, ouvindo-os reclamar da escola, dos professores e das aulas sempre tão chatas, fiz-lhes uma proposta: como fazer para a aula ser mais interessante? Quais sugestões eles tinham para nós, professores e escola, melhorar e tornar mais interessante o que ensinamos. Vazio...
      Lá do fundão um engraçadinho (sempre tem um) gritou: recreio em tempo integral!
      Aí todos riram. Fez-se um barulho infernal novamente, caos, bagunça.
Toca o sinal.
      Perde-se muito tempo com nada. E o que importa?
      Caos: nenhuma saudades de você. Férias a todo vapor!


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