segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Crenças (Parte 4)

Crer e dizer. Não crer e calar-se? Como assim?



            É curioso (para não dizer ridículo) o quanto a hipocrisia esta impregnada nos conceitos e em nossas relações sociais. 
            Explico-me: muitos professores têm suas crenças e seguem (ou não) religiões de variados tipos e denominações, como qualquer outro profissional, e é aceitável que este fale aos alunos sempre que indagado acerca dos dogmas que segue, do feitos e detalhes de sua religião em específico etc. Ninguém reclama se este chega a professar sua , testemunhar as vantagens do seu padre, bispo, apóstolo ou pastor. Nem pais, nem direção, nem alunos, ninguém se queixa. Contudo, a mesma naturalidade se dá quando um professor se confessa não crente, descrente ou ateu? Posso atestar que não...
           As melhores reações vêm sempre dos alunos (claro), e destes as perguntas e indagações mais interessantes ainda surpreendem mais. Jovens têm maior facilidade em compreender o diferente. Oposto aos que há décadas já estabeleceram seus parâmetros os declararam imutáveis e irremovíveis. Contudo, a indagação persiste incômoda: se um professor pode declarar sua fé, outro pode também declarar o seu ateísmo? O fato de crer ou não em deuses faz dele um profissional pior ou melhor? 
           Ainda me assusto com as caras e bocas, despropositadas na maioria das vezes, quando recebem a notícia de que alguém não crê. Não por uma decepção específica, um trauma ou coisa que o valha. Mas pura e simplesmente porque este assim o deseja e deliberadamente o decidiu. Mais ainda: num tempo em que se diz tanto sobre a integração, compreensão e aceitação do outro, do diferente, é inacreditável como temas e tópicos feito o ateísmo (por exemplo) ainda despertam fúrias descontroladas de estúpidos fanáticos e desinformados. Uma pena, realmente.
           Minha esta no caos.