sexta-feira, 21 de junho de 2013

Protestos


       Chegou ao fim mais uma semana. E esta não foi uma semana qualquer.
       Enfim, para quem é minimamente informado, já esta muito claro o que ocorreu no país por esses dias e quais os principais atores  e fatores das manifestações nação adentro.
       Minhas observações e o meu foco sempre foi o da sala de aula. E é sob este ponto que observo os últimos acontecimentos no Brasil.
       Embora lecione Matemática, e seja provavelmente a matéria mais odiada por todos, sou brasileiro, cidadão e formador de opinião também. Aliás, tive a minha opinião solicitada em quase todas as salas e séries em que entrei. E em todas elas debati o tema e aprofundei questões importantes, abdicando por ora das equações e da geometria plana.
       É realmente impressionante o quanto essas manifestações têm mobilizado a opinião desses jovens, muitos deles com dez e onze anos de idade (5.ª séries). E sobretudo o quanto eles sentem-se parte integrante de tudo o que esta acontecendo. A falta substancial de qualidade nos serviços públicos básicos de saúde, segurança e (obviamente) educação, serve-lhes como argumentos sofisticados de reivindicações, queixas e compreensão dos protestos. 
       Fiquei muito orgulhoso tanto dos alunos que participaram pessoalmente das manifestações na Marginal Tietê, quanto dos pequenos ao demonstrarem total e irrestrito interesse pela coisa pública.
       Para muitos falta, ainda, um conhecimento prévio de determinados tópicos, bem como um diálogo franco e aberto com a família sobre o tema, entretanto sobra-lhes curiosidade e até o desejo de modificar pessoalmente nossas imperfeições sociais.
       Opiniões contra e a favor, à parte, fiz questão de deixar sempre no ar o sentimento de que algo muito grande esta acontecendo, e que não podemos ficar de ora desta. Tentei plantar uma semente questionadora entre eles, desafiei-os a pensar nas mudanças que precisamos, e a ouvir e ver melhor o mundo onde vivemos. 
       Segue o trem!